Histórico

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Questões e inquietações do espaço vivido na contemporaneidade

 Maria Cecília França Lourenço

“Eu gostaria de acompanhar alguns dos procedimentos – multiformes, resistentes, astuciosos e teimosos – que escapam da disciplina sem ficarem mesmo assim fora do campo que exerce, e que deveriam levar a uma teoria das práticas cotidianas, do espaço vivido e da inquietante familiaridade da cidade” (DE CERTEAU, 1994:175).

 

O site emergiu de ação coletiva do Grupo Museu/Patrimônio/ GMP FAU USP concretizando-se pelo desejo em compartilhar e trocar com pesquisadores externos, em atividade de extensão cultural. Criado em 1991, o GMP FAU USP constituiu-se inicialmente em ensino e pesquisa para examinar a recepção (Hans Robert Jauss) e disseminação do moderno, tanto nas instituições museais, quanto em espaço público (Henri Lefebvre). Desde a formação, congrega variados estágios de membros, que realizam pesquisa própria. Renovam-se autores clássicos com análises significativas para cada momento vivenciado e sem discriminar local, regional, nacional e internacional. Não se trata de instrumentar conceitos para estudos, ao contrário, determinados posicionamentos alargam horizontes, por vezes com amplitude, em princípio, parecendo nada relacionada com a disciplina direta e, apenas depois, aferida com o amadurecimento da investigação.

GMP FAU USP é também certificado pelo CNPq, com acesso aos interessados em colaborar e dialogar. Prefere-se fundamentar os estudos na inter-relação fundada em posições, a citar passado versus presente, mundialização versus globalização (Renato Ortiz), memória versus esquecimento, dito versus interdito, mobilidade versus isolamento, rasgadura versus unidade, entre outras. Já, a eleição de dada cultura material na condição de patrimônio, advém da bibliografia, que, em grande parte, se direciona a situar valores identitários, históricos e relacionais, típicos do que se definiu como lugar (Marc Augé). O tema museal, a incluir a cidade como tal, nesta linha de atuação visa indagar sobre as soluções materiais adotadas e as questões concernentes à transformação de acervos em cultura para dados grupos e lugares. 

Com reuniões sistemáticas durante todo o ano realizam-se seminários aprofundando vários textos de um mesmo autor; apresentações individuais sobre a carreira acadêmica; visita técnica para análise de obra pública; museografia e expografia; exposição de trabalhos de pesquisadores externos e internos; atendimentos individuais e conjuntos com participantes em estágio similar. A visada prioritária para participação volta-se ao envolvimento individual, esforço para formulação de hipóteses, ineditismo, ética universitária no trato público, empenho na crítica, fruição de obras para cada estudo e trocas teóricas e cotidianas com os demais.

Aprofundam-se questões relativas a conceitos, entre os quais, tempo, espaço, cartografias, dispositivos (Walter Benjamin), profanação (Giorgio Agamben); América Latina e decolonização (Octavio Paz) imagem, tempo e espaço (Georges Didi-Huberman) deslocamentos, representações, multiculturalismo e crítica à transposição de modelos culturais (Milton Santos, Stuart Hall); apropriações e práticas (Roger Chartier), em diálogo com clássicos que antecederam em tais questionamentos. Congrega-se segmento a abranger variadas áreas de saber, pensar e atuar, com foco em pensar este momento. Reúnem-se investigações sobre: Tempo, casa-museu e cidade; Curadoria na contemporaneidade; Espaço, museus, intersecções; Representação, imagem e cultura; Inovar e renovar na arte pública; Na espessura do plano; Representação dominante e esquecida; Transparência, translucidez e opacidade na arte contemporânea; O tempo nas imagens arquitetônicas; Cultura material e autenticidade; Intra museus: acesso liberado.

GRUPO MUSEU/PATRIMÔNIO FAU USP

De Certeau, M. A invenção do cotidiano: artes de fazer. Petrópolis: Vozes, 1994.

Histórico

Temas e inquietudes del espacio vivido en la contemporaneidad

“Eu gostaria de acompanhar alguns dos procedimentos – multiformes, resistentes, astuciosos e teimosos – que escapam da disciplina sem ficarem mesmo assim fora do campo que exerce, e que deveriam levar a uma teoria das práticas cotidianas, do espaço vivido e da inquietante familiaridade da cidade” (DE CERTEAU, 1994:175)[i].[ii]

El sitio surgió de la acción colectiva del Grupo Museu/Patrimônio/ GMP FAU USP consolidándose por el deseo de compartir e intercambiar con investigadores externos, en una actividad de extensión cultural. Creado en 1991, el GMP FAU USP se constituyó inicialmente en enseñanza e investigación para examinar la recepción (Hans Robert Jauss) y la diseminación de lo moderno, tanto en las instituciones museológicas, como en el espacio público (Henri Lefebvre). Desde la conformación, congrega pasantías de variados miembros, que realizan investigaciones propias. Se renuevan autores clásicos con análisis significativas para cada momento vivido, sin discriminar local, regional, nacional e internacional. No se trata de instrumentar conceptos para estudios, al contrario, se trata de determinadas posturas que abran horizontes, y que, a la vez, pareciendo en nada relacionadas con la disciplina directa, se vean apenas después reflejadas con la maduración de la investigación.

El GMP FAU USP es además certificado por el CNPq[iii], con acceso disponible a los interesados en colaborar y dialogar. Fundamenta, preferentemente, sus estudios en la interrelación basada en posiciones, a citar pasado versus presente, mundialización versus globalización (Renato Ortiz), memoria versus olvido, dicho versus interdicto, movilidad versus aislamiento, desgarro versus unidad, entre otras. La elección de determinada cultura material en carácter de patrimonio, deviene de la bibliografía, que, en grande parte, se direcciona a situar valores de identidad, históricos y relacionales, típicos de lo que se definió como lugar (Marc Augé). El tema museológico, la ciudad incluida como tal, esta línea de actuación propone indagar acerca de las soluciones materiales adoptadas y los contenidos concernientes a la transformación de acervos en la cultura para determinados grupos y lugares.

Con reuniones sistemáticas durante todo el año se realizan seminarios profundizando varios textos de un mismo autor; presentaciones individuales sobre la carrera académica; visitas técnicas para análisis de obra pública; museografía e expo-grafía; exposición de trabajos de investigadores externos e internos; coloquios individuales y grupales con participantes de nivel académico similar. La mirada prioritaria para la participación está puesta en el compromiso individual, esfuerzo para formulación de hipótesis, originalidad, ética universitaria en el tratamiento de lo público, empeño en la crítica, fruición de obras para cada estudio e intercambios teóricos y cotidianos con los demás.

Se profundizan asuntos relativos a conceptos, entre ellos, tiempo, espacio, cartografías, dispositivos (Walter Benjamin), profanación (Giorgio Agamben); América Latina y decolonización (Octavio Paz) imagen, tiempo y espacio (Georges Didi-Huberman) desplazamientos, representaciones, multiculturalismo y crítica a la transposición de modelos culturales (Milton Santos, Stuart Hall); apropiaciones y prácticas (Roger Chartier), en un diálogo con los clásicos que antecedieron en tales indagaciones. Se congrega un segmento que abarca variadas áreas del saber, pensar y actuar, con foco en pensar este momento. Se reúnen investigaciones sobre: Tiempo, casa-museo y ciudad; Curaduría en la contemporaneidad; Espacio, museos, intersecciones; Representación, imagen y cultura; Innovar y renovar en el arte público; En el espesor del plano; Representación dominante y olvidada; Transparencia, translucidez y opacidad en el arte contemporáneo; El tiempo en las imágenes arquitectónicas; Cultura material y autenticidad; Intra-museos: acceso libre.

GRUPO MUSEU/PATRIMÔNIO FAU USP


[i] De Certeau, Michel. A invenção do cotidiano: 1- artes de fazer. Petrópolis: Vozes, 1994.

[ii]Me gustaría acompañar algunos de los procedimientos – multiformes, resistentes, astuciosos y obstinados – que se escapan de la disciplina, aunque sin quedarse fuera del campo que ejerce, y que deberían llevar a una teoría de las prácticas cotidianas, del espacio vivido y de la inquietante familiaridad de la ciudad” Versión de la traductora.

[iii] Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (hasta 1974, era Conselho Nacional de Pesquisas, cuya sigla, CNPq, se mantuvo) 

Tradução espanhol Susana Valansi