Chamada aberta para ARA 18

Envie sua contribuição até o dia 23 de junho de 2025.

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Na mitologia grega, as Musas, filhas da deusa da memória Mnemosine e de Zeus, moram, ou são veneradas, em um templo denominado “mouseion”. O termo, muitas vezes utilizado como sinônimo de biblioteca, academia ou escola, ao longo dos tempos, mantém em comum a estas analogias a noção de espaço venerado, no qual se pratica ou cultiva uma arte, uma ciência, um prazer.

O Museu, neste contexto, antes de ser uma instituição a serviço da sociedade, constitui-se a partir de práticas destinadas a colecionar e conservar patrimônios materiais e imateriais, além de pesquisar suas origens e potenciais interpretações. Ao selecionar e organizar obras para serem exibidas publicamente e se tornarem conhecidas, o Museu é este lugar especial em que as experiências vivenciadas e refletidas são detonadoras de um processo de transformação cultural.

Se as musas inspiram a criação artística, o Museu, protagonista desta 18ª chamada da Revista ARA-USP, é seu reduto, e, nesta condição abriga e expõe saberes e significações, ocultos ou desvelados em estratégias expográficas particulares e ações de difusão imprescindíveis para compartilhar conhecimentos, que se desdobram em outros tantos, acionados e revelados a partir do contato com o público. É o espaço em que se cultua o diferencial característico da produção humana, incomum e particular, cujo sinal de presença mais evidente, e incontestável, é o que em nós muda após o termos vislumbrado em situação irreprisável.

Como em um contínuo processo de trocas e produções de sentido em mão dupla, o espaço museal assume-se como escola, um lugar de educação fora dos limites tradicionais dos espaços escolares, mas tão fundamental quanto eles para a formação de raciocínios críticos e sensibilidades, disparados pelas seduções, enredos, ambiguidades e desafios intelectivos que as obras, em suas inúmeras formas de expressão nos ambientes culturais, podem gerar.

Assim reiteramos a proposição/provocação do artista germano-uruguaio Luis Camnitzer (1937), para quem “O museu é uma escola: o artista aprende a comunicar-se, o público aprende a fazer conexões”. O convite para a reflexão está lançado: esperamos contar com a sua contribuição!

Editores Myrna Nascimento e Hélio Herbst