Angela Maria Rocha e Marcia Sandoval Gregori
chamam ao debate Horizontes extremos: desafios ou fronteiras.
Submissões aceitas até 18/08/2019 pelo portal de revistas da USP
http://www.revistas.usp.br/revistaara/index
Angela Maria Rocha e Marcia Sandoval Gregori
chamam ao debate Horizontes extremos: desafios ou fronteiras.
Submissões aceitas até 18/08/2019 pelo portal de revistas da USP
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CURADORIA, ARGUMENTO, FRICÇÃO 2019 v. 6 n. 6
Envio chamada prorrogada até 29.outubro para submissões de artigos para o II Seminário Nacional do GEAP BR. O tema geral deste ano é: Local e Global na Arte Pública. Ações, Projetos e Políticas no Brasil.
2 Chamada II Seminario GEAP BR ate 29.10
Chamada aberta até o dia 5 de Fevereiro de 2019
Curadoria, Argumento, Fricção
Marcos Rizolli
Professor no Programa de Pós-Graduação em
Educação, Arte e História da Cultura (UPM),
Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, Brasil.
marcos.rizolli@mackenzie.br
Entre argumentos [pesquisa, comunicação, educação, público, sociedade] talvez, se estabeleça o fazer curatorial.
Entre fricções [coleção, exposição, mediação, gestão, profissão] talvez, se manifeste o curador.
Aquela função e aquele sujeito, detentores de uma funcionalidade moderna, que desenvolvem projetos relacionados à elaboração de campos teóricos e reflexivos acerca das manifestações artísticas e seus processos.
O curador (comissário ou conservador) pode atuar em galerias de arte, museus, centros culturais e instituições afins e se define como o responsável pela concepção, ordenação, montagem e supervisão de uma exposição ou da amostragem de acervos e conjuntos artísticos, culturais e documentais. Geralmente considerado especialista, transita entre conceitos de linguagem, arte, história, filosofia e estética.
Da origem latina, curador [o sujeito: tutor] e curadoria [o substantivo: tutoria técnico-administrativa] fundem-se e se fundamentam na ação de comunicar, conservar e preservar obras artísticas e patrimoniais – materiais e imateriais, entre natureza, homem e cultura.
Essa consciência funcional e profissional teve seu surgimento em meados do século XX e adquiriu, no breve período de sua existência, significativa presença e relevância para a concepção de exposições.
Dos argumentos às fricções, o exercício dessa atividade tem por objetivo determinar o conteúdo da exposição, normalmente obtido por meio de agrupamentos e articulações de semelhanças ou diferenças perceptivas ou conceituais que as obras possam revelar. Para isso, geralmente determina-se um conceito ou tema, a partir do qual, funcionando como um fio condutor, elabora-se procedimentos para obtenção de uma unidade – ou, idealmente, a sua ordenação.
Mais do que cuidar e preservar, a curadoria deve apresentar argumentos e promover as suas fricções entre diferentes artefatos – obras de arte, objetos, documentos e toda sorte de materialidades e tecnologias – e diversificados públicos, em ambientes e espaços sociais.
A inerente demanda de articulação, vinculada ao curador e à curadoria, requer aguda multidimensionalidade: antevisão e planejamento, seleção e combinação, averiguação de mérito e medição de valor, exposição e mediação, comunicação e educação, arte e cotidianidade, patrimônio!
Decisões curatoriais exigem escolhas e renúncias, orientadas por concepções (limitadas) e seus recortes (aparentemente ilimitados).
Assim, a curadoria deveria proporcionar um diálogo tensional entre os artefatos expositivos e os conceitos neles encapsulados, responsabilizando-se por supervisionar a montagem da exposição, sua manutenção, a elaboração de textos de apresentação e divulgação, a fim de propiciar maior visibilidade e proximidade entre as obras e o público.
A curadoria, em sua concepção, deveria requerer: investimento criativo; inteligência relacional, capacidade de compartilhamento com artistas e público; conhecimentos artísticos, técnicos e culturais; pró-atividade em projetos infraestruturais.
A curadoria, então, deveria desempenhar um imprescindível papel na produção e na gestão cultural contemporânea, ao configurar: diversidades culturais, diversidades de públicos, diversidade de entendimentos, vozes, formas, pensamentos; intensas relações entre o público e o privado, entre o bem de todos e as novas formas de privatização; distribuição universal dos bens culturais como elementos fundamentais da expansão das práticas e consciências de linguagem; circulação de conhecimentos em arte e da produção simbólica como motor de sustentabilidade e mudanças na cidadania. Tudo para promover díspares visões e possibilitar novas formas de conhecimento – do não-verbal ao verbal.
No passado clássico, em O Simpósio, Platão declarou que beleza é ordem.
Seria esse, então, o fundamental empenho da curadoria, no presente?
Mas, como dar ordem ao contemporâneo pautado pela alucinante geração, circulação e interpretação de dados e, tão agudamente compreendido pelas fenomênicas artísticas contemplativas, interacionistas, interativas? Tudo ao mesmo tempo?
Ordem seria, então, a ideia de inteligibilidade?
Seria, desse modo, a tarefa do curador e da curadoria, com seus argumentos, promover fricções! Nos sentidos e nos pensamentos! Dar nova ordem, para nos depararmos com novas e outras belezas?
REFERÊNCIAS
Associação Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas – ANPAP. Regimento: Artigo 25º; 2013.
Conselho Internacional de Museus – ICOM. Conceitos-chave da Museologia; 2013. Fundação Nacional de Arte – FUNARTE. http://www.funarte.gov.br/
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Visita Técnica Exposição 4 Contemporâneos. Regina Lara, Norberto Stori, Marcos Rizzoli e Teresa Almeida. Galeria de arte A Hebraica . Visita técnica realizada em 21 de junho de 2018, Conduzida por Regina Lara. São Paulo-SP [ngg_images source=”galleries” container_ids=”2″ display_type=”photocrati-nextgen_basic_slideshow” gallery_width=”600″ … Continue reading
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VISITA TÉCNICA
Monumento e Mausoléu ao soldado constitucionalista de 32
Data: 03/05/2018
O Grupo Museu/Patrimônio realizou visita técnica ao Monumento e Mausoléu ao soldado constitucionalista de 32 (1937-70), situado no Parque Ibirapuera, agendada por Anna Maria Rahme, participante do mesmo grupo de pesquisa. A data coincidiu com a realização do seminário sobre o Brasil Caipira, sétimo capítulo do vídeo O povo brasileiro (2000), sobre a obra de Darcy Ribeiro (1995). A seleção do local pretendeu evidenciar ao grupo as questões da mitificação da figura do bandeirante, ao lado de outros inúmeros símbolos representativos de uma dada paulistanidade buscada pelos realizadores da homenagem aos “heróis da revolução de 32”. Símbolos estes, intensamente, aprofundados em tese de doutorado da autora, pela FAUUSP (2005): Inovar e conservar: a ambiguidade no Monumento Constitucionalista.
O memorial, desde sua implantação e edificação, até os mosaicos, escultura e ossários revelam a inegável intenção de criar um reduto sagrado e, portanto, intocável, propósito aceito pelo autor Galileo Emendabili, vencedor do concurso público de 1937. Iniciando por relacionar a edificação obedecer à numerologia maçônica, especificamente, ao número nove, em clara alusão à data da eclosão do Movimento, o 9 de Julho – altura do obelisco, degraus da entrada, número de arcos e área interna de cada ambiente entre outros – mas, também, pelo uso das formas consagradas na Antiguidade Oriental e Ocidental.
A sagração do lugar é materializada pelo obelisco, que a população escolheu para nomear o monumento Obelisco do Ibirapuera, esta lâmina da “espada que mãe terra quando ao seu seio desembainha”, cantada em verso de Guilherme de Almeida e completada pelas alças - as duas entradas laterais -, em cuja base, na parte interna do mausoléu, acolhe o Herói Jacente – homenageando explicitamente os cinco “jovens mártires da Revolução”: Martins, Miragaia, Drausio, Camargo – MMDC – e Paulo Virgínio. Acima da escultura, nas paredes da parte oca ogival (não por acaso) do obelisco, situam-se dois portais com relevos em bronze: a Porta da Vida e a Porta da Glória, encimadas por um anel de mosaicos que celebra os desbravadores do “solo bandeirante” e o trabalhador paulista, erigindo o “altar da pátria” com o painel Classes Trabalhadoras de São Paulo.
Além desses altares laicos, os espaços circundantes são coroados por três altares a celebrarem a mistificação do Estado, posicionando-o ao lado das três passagens mais importantes da vida de Cristo. São mosaicos venezianos em minúsculas peças vitrificadas, de 1950, cuja intencionalidade está presente já nas denominações dadas por Emendabili: Natividade e Fundação da Cidade de São Paulo; Crucificação e Revolução Constitucionalista de 32; Ressurreição de Cristo e Promulgação da Constituição de 1934. O maior monumento em homenagem à luta constitucionalista, elevado numa das áreas de maior visibilidade – na confluência virtual entre as avenidas 23 de Maio e Pedro Álvares Cabral, no bairro do Ibirapuera – da maior cidade brasileira, capital do Estado de São Paulo, cumpre, portanto, a sagração do movimento, bem como sua eternização na memória paulista.
Os bandeirantes, identificados como Paulistas, em toda a América do Sul, surgem aqui como heróis ao lado dos soldados e intelectuais, tanto nos murais, quanto na estela em mármore à entrada do Mausoléu, na qual está gravada a Ode ao Bandeirismo, de Guilherme de Almeida, ao lado da Oração ante a última trincheira, do mesmo autor. No Monumento e Mausoléu, somam-se a sacrifício e conquistas em enaltecimento simbólico, anunciando a continuidade da luta pelo território e pela perenidade dos ideais da Paulistânia, apontada por Darcy Ribeiro como cultura surgida à época colonial, do movimento separatista Pátria Paulista, de 1887, e coroada pelos esforços da Sociedade Veteranos de 32 – MMDC, no século XX.
O ICOM Brasil está acompanhando ativamente as alterações do setor museológico no âmbito federal. O Governo Federal não consultou previamente as entidades do setor e somente expediu convite para o evento de assinatura da Medida Provisória que transforma o Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM) em Agência Brasileira de Museus (ABRAM), que ocorreu na tarde deste 10 de setembro, no Palácio do Planalto. Dado o desconhecimento dos objetivos do evento, o ICOM Brasil optou por não estar representado pela sua Presidente, mas enviou um representante como observador. Ainda não tivemos acesso ao texto da Medida Provisória, quando poderemos nos posicionar mais detalhadamente e analisarmos o impacto no setor. No entanto, já previamente manifestamos o repúdio à extinção do IBRAM, explicitando o seu importante papel no âmbito do desenvolvimento das políticas públicas para o setor museológico. A partir do acesso às informações mais precisas, contamos com todos os membros do ICOM Brasil e interessados, para uma discussão ampla e mobilização do setor museológico